FRÁGIL CONSTRUÇÃO
Não há reta que dê prumo, em sentimentos aprumo o meu dizer,
Poderiam ser em curvas ou murais de mezanino, sempre firmes,
Mas de nada adianta as malhas e mantas, se rompem em querer,
Construir tal estrutura sem concreto, sem que do pilar deslize.
Planilhas sem cálculos, esta construção deles não impendem,
Mesmo assim o engendrado coração quer a forma, e insiste,
De cega obediência não mente, acalma, ergue. Não entendem,
Que em desordenado canteiro resultaria alta uma obra triste.
Risco de desmoronamento, rachaduras dentre os andares,
Indecisos passos, os problemas de sempre, pelos corredores,
Da inacabada obra dos sonhos meus e das vidas incontáveis.
Quero revisar e não me deixa a alma, construindo ares,
Mesmo com as lições recebidas dos amores construtores,
Tem leve esperança, corpo em ruína, que o amor me salve.