TRAGA-ME A MIM
Há tempos que procuro-me na vastidão de tuas direções
Tentando reencontrar as sensações que me devolvem a mim mesmo
Enquanto cidadão do esmo, eu tenho sido algo vazio nas imensidões
Repleto de tuas contemplações, encorajado apenas pelo medo!
Medo de todas os fracassos que me tornaram esse triunfante
Do indício insinuante que me flagra inserido em tua essência
Medo da demência e seu efeito que me faz gigante
Razão porque de mim estou distante, posto que atado à tua presença!
E quem eu sou, se me procuro desde agora?
Sou apenas o que restou do que já fui por fora e um total diminuído
Um pólen perdido nos mistérios da mais linda flora
Cuja prisão me ignora, ao passo que a si mesmo já me tem prendido!
Que seja, pois, levado pelo vento dos apelos o meu protesto
Pois esse homem que hoje manifesto, não é nunca foi quem sou
Devolva com urgência e fervor o que de mim se vai além do resto
Porque pra ser honesto, já fui roubado e a ti levado pelo amor!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor