A TERCEIRA SINFONIA
Já não podia encarar meu próprio coração, sem renovar tão encantado som
E divagar em busca de teu tom, pra fazer música que a mim te transportasse
Preso a esse impasse, tentei pacificar o íntimo e saudoso armagedom
Contraditório e bom, pra que tua luz tão perfumada e marrom, me retornasse!
Até que imensamente fraco eu me tornei, a ponto de ser forte
E reabri o corte pra derramar das veias os teus fascínios invasores
Assim ouvi o som das flores e a orquestra sinfônica da sorte
A solidão, com seu amargo gosto de morte, fugiu ao alarido de teus tambores!
Foi tríplice melódica toda essa pródiga ventura surreal
Uma conspiração de vida letal, onde o destino toda fronteira atenua
Ao ver-te linda e nua, fui ébrio regado por tua voz sensual
Várias horas de alucinante festival, onde toda minh’alma foi tua!
A distância até que persiste, mas a nossa canção jamais anoitece
Só quem te conhece é que te enaltece a grandeza, ó minha linda pequena
És magnífica cena, um jardim que em meus sonhos floresce
És o sol que me aquece, amor que ao te ouvir reverdesce - és tarde morena!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor