A esquina da terra

Algúm dia, você irá passar,

como a decadência que vem após o carnaval,

quando esmaece a cor do meu encantamento,

quando toda revolução,

toda angústia,

são a razão para o que digo:

menos pai, menos filho,

menos irmão,

menos liberto, menos vivo,

menos acaso,

menos vazio.

Insisto no que torna intangível,

o ar e meu pensamento.

Inflamo a pátria do meu quarto

povoado por todos e nenhum,

quando de longe a bruma diz,

não sei como,

que a verdade do futuro

são meus ferimentos que virão.