Por tanto te amar
Oh! Dor que me causas e bem sabes
Que me fere a alma em chagas tão abertas
Que desfalece o corpo em mais forte agonia
Que mãe, ao ver do filho, a perda da alegria
Em prantos aos teus pés e de joelhos
Mais que te implorei, te jurei a própia vida,
Para te me fiz servo igual a cão passivo
Que do dono apanha mas o ama e é cativo
Sobre espinhos andaria e tu no colo
A proteger-te com a vida se preciso
Que jorrasse meu sangue lento ao tempo
A suspeitar que terias um segundo de tormento
Que absurdo existirá no mundo a teu agrado
Que impossivel me fosse contentar-te?
Estrelas buscaria e até a morte de bom grado
Aceitaria... simplesmente por amar-te
E se, no tempo, a vida assim me permitisse
Mil anos de pranto copioso em minha face
Por apenas um segundo mais intenso que a vida
Me permitisses que tua fronte eu beijasse
E se no mundo há o que teus olhos não possam ver
E se por ironia, os meus, a isso possam olhar
E se queres tanto, feliz assim me farias
Arranca os meus. Vê ... e me dá essa alegria
Que queres que te diga? Que te faça e te contente?
Pede. Que impossível a quem ama não existe
Se por muito a fezer-te achares pouco minha lida
Me toma. Que por mim, pra te, é pouco a própria vida.