UM CERTO AMOR ME VIU

Vagava eu nutrido pela fome esclarecedora do engano

Um farto sábio insano, um pacificador no atoleiro dos conflitos

Um escriba de brancos manuscritos, servindo ao bondoso ego tirano

E assim seguia eu parando, gritando com os mais emudecidos gritos!

Robusto nas overdoses dessa magreza de alegre infelicidade

Caminhava eu nas alamedas da irrealidade, tocando a tudo sem tato

Sendo fiel ao trato lavrado com o destino e suas regras de crueldade

Onde a loucura era a serenidade e o devaneio era fato!

Deitado em leito de satisfação inundada por corrosiva mentira

Lapidando qual safira as brutas pedras de uma vida tão mortal

Seguia de mim mesmo um desigual, ao som de uma desafinada lira

Errando na mira, ainda que acertando-me com dardo fatal!

Até que o súbito não planejado, atropelou-me com a leveza de um ser

Banhou-me de um sublime renascer e ao se apresentar me reencontrou

Ao me ensinar quão frágil sou, como jamais outrora me vi fortalecer

De um rápído florescer, após me ver, o amor em mim frutificou!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 09/08/2011
Código do texto: T3148831
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