UMA PORTA E DOIS DESTINOS

Por conta de óbvias probabilidades, na vereda das vindas podem ter idas

Entradas convertem-se em saídas, a depender do mel que se amarga

Não poucas vezes a paixão que se consagra torna-se lágrimas despidas

E em síndromes doloridas o infindo aparentemente acaba!

Levam consigo pétalas pisoteadas as mesmas mãos que deram-lhe afago

Algo agressivamente amargo percorre veias e temores

Terrores nos escombros de um mundo novo e destroçado

Um lar sem chão e sem telhado, relento de orvalhados dissabores!

Até que a dor ensina o passo da ventura imbuída de um regresso

E o retrocesso se apresenta como a energia do avanço

Tal como o sol que em busca do descanso abraça o universo

O vento mal se vai disperso e dá-se o reino renovado de um remanso!

Louvada seja a porta do adeus, que foi sábia a ponto de não se fechar

A fim de viabilizar a volta do antigo e doce mundo amoroso

Que seja íngreme, rochoso todo caminho que se obrigue o amor trilhar

Mas ele nunca poderá findar, posto que sempre há de ser vitorioso!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 09/08/2011
Reeditado em 09/08/2011
Código do texto: T3148768
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