NÉCTAR

Sorvo o néctar do teu corpo,

como doce mel,

minha mandíbula úmida,

desfila em teu corpo nu e divino,

como menino peralta e insaciável,

durmo fatigado em teu colo,

detritos de noite rolam na face tola,

prantos desestimulados batem no chão,

solo árido e quebradiço,

pura argila ardida na pele crua,

na nua pele de sol nascente,

o mel caudaloso e suculento,

gruda meu pelo de carne excitada,

adormeço no teu colo umedecido,

utopia parcelada jogada na escada,

o ruído de teu sapatinho branco,

soa feito sino em meu ouvido,

curvo-me ao teu corpo virginal,

a sombra troteia em minha face,

ao néctar, ao mel,

teu corpo sereno me atrai,

para matar meu desejo abismal.

Castro Antares
Enviado por Castro Antares em 08/08/2011
Código do texto: T3147365
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