NÉCTAR
Sorvo o néctar do teu corpo,
como doce mel,
minha mandíbula úmida,
desfila em teu corpo nu e divino,
como menino peralta e insaciável,
durmo fatigado em teu colo,
detritos de noite rolam na face tola,
prantos desestimulados batem no chão,
solo árido e quebradiço,
pura argila ardida na pele crua,
na nua pele de sol nascente,
o mel caudaloso e suculento,
gruda meu pelo de carne excitada,
adormeço no teu colo umedecido,
utopia parcelada jogada na escada,
o ruído de teu sapatinho branco,
soa feito sino em meu ouvido,
curvo-me ao teu corpo virginal,
a sombra troteia em minha face,
ao néctar, ao mel,
teu corpo sereno me atrai,
para matar meu desejo abismal.