Apprivoiser
Estou envolta em sons etéreos...
Uma música que me consome e me toma por inteiro,
E meu ser, então, ouve no silêncio tua doce voz a me chamar; vê, no escuro, teus olhos fitando minha face...
Estive durante longo tempo num abismo sombrio enquanto buscava a liberdade e descobria a gelidez do egoísmo que esmagava minhas entranhas...
Durante longo tempo protegi-me em mim mesma e a solidão demonstrou-se frágil demais para suportar o peso de minha existência humana...
Mas tu espantaste meus medos com um único sopro e me fiz mais viva,
Envolveste a mim com teus braços e ensinaste a não temer a entrega à intensidade aterradora de amar completamente,
E sinto-te agora presente mesmo em tua ausência,
Pois eu sei, meu amor, que se dissipam as coisas concretas – mas que não morrem as sensíveis;
Sei que me pertencem as coisas abstratas que compartilho com as pessoas, sei que o que há de valor são os seres humanos a quem meu espírito se entregou, sei que a ligação humana me concede ser parte efêmera, parte eterna...
E sei que sou mais livre por amar-te... fortaleces minha individualidade e aumentas a coragem de agir...
Encantaste meu tempo, meu espaço, todas as horas de meus dias e todos os longínquos vãos desabitados e escuros que me pertencem... ao teu lado, conheci um novo mundo...
si tu m’apprivoises, nous aurons besoin l’un de l’autre...