ESTIVE DISTANTE DE MIM
estive distante de mim
um tempo quando desejava te ver
e meu superego adorou minha ficha: culpado...
diante de algozes que me desconhecem.
alguém falou sobre Apocalipse e
voltei a mim; e por que não
sacrificar um holocausto de flores?
deposito desde agora a liberdade
líquida nas mãos dos deuses,
"algo precioso que valorizamos"
escorrendo no alvo colo da mãe natureza:
mudo minha vida para ganhar teu amor.
por ti doarei minhas lembranças de entardeceres
trocarei por arrebóis de estações
que ainda não chegaram...
talvez verões com manhãs outonais
a degustar cores que escorrem pelos lábios,
sons de pássaros borrando de branco
os jardins sob o manto celeste...
cavalos levantando vôos
e seus sons de anjos formando imagens de luz...
quem sabe nesse paraíso (se houver vaga)
minha alma volte a rebentar o verde
e amarelar de milho meu velho riso
e festejar teu colo minha mão proibida.