E ela, simplesmente Ela…

Tem que parar

De lhe dizer

Que nunca consegue encontrar um homem melhor

Tem que parar

De o abandonar

Quando depois de se confessar

Lhe passa a dor

A dor de não encontrar melhor

Ou simplesmente um melhor ouvinte

Que ouve as suas mágoas

As cura

Até à mágoa seguinte

Tem de parar

Para realmente sentir

Parar

Para pensar

Que o que ela diz ser amor

Nada é

Apenas serve para o encher

Dos seus terrores

Para ela se exorcizar

Para voltar ao mundo

Para novas dores arranjar

Porque ela é uma viciada

Nesse tipo de sentires

Sensações extremas

Coragem cobarde

Porque é nele

Que o equilíbrio entre o prazer e a dor

É achado

E por isso

Quando esse estado

É alcançado

Ela vai

Para qualquer outro lado

Embora ele lhe diga silenciosamente para ela parar

Porque a sua forma antropófaga

De o afecto percepcionar

Devora o mundo dos dois

Ela terá mesmo que parar

Antes que os dois mundos

Se acabem por destruir

Se acabem por devorar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 07/08/2011
Código do texto: T3145464
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