E ela, simplesmente Ela…
Tem que parar
De lhe dizer
Que nunca consegue encontrar um homem melhor
Tem que parar
De o abandonar
Quando depois de se confessar
Lhe passa a dor
A dor de não encontrar melhor
Ou simplesmente um melhor ouvinte
Que ouve as suas mágoas
As cura
Até à mágoa seguinte
Tem de parar
Para realmente sentir
Parar
Para pensar
Que o que ela diz ser amor
Nada é
Apenas serve para o encher
Dos seus terrores
Para ela se exorcizar
Para voltar ao mundo
Para novas dores arranjar
Porque ela é uma viciada
Nesse tipo de sentires
Sensações extremas
Coragem cobarde
Porque é nele
Que o equilíbrio entre o prazer e a dor
É achado
E por isso
Quando esse estado
É alcançado
Ela vai
Para qualquer outro lado
Embora ele lhe diga silenciosamente para ela parar
Porque a sua forma antropófaga
De o afecto percepcionar
Devora o mundo dos dois
Ela terá mesmo que parar
Antes que os dois mundos
Se acabem por destruir
Se acabem por devorar…