Nossa noite de quase amor...

“Há momentos, e você chega a esses momentos, em que de repente o tempo pára e acontece a eternidade.”

Dostoievski, Fiodor

Sou a falta de diálogo quando

paramos para conversar...

Sou aquela vontade insana

que a madrugada saudou...

Sou aquele beijo furtado

na encosta do seu portão...

Sou aquele suspirar apertado

e preso na boca beijada...

Sou aquele braço do abraço

forte ao redor do seu corpo...

Sou de novo aquela boca calma

na louca boca do seu batom...

Sou os dedos daquela mão que

sabe o diabo, mas Deus sabe não...

Sou aquela voz que fala quase tudo

que não se aproveita no seu ouvido...

Sou uma parte, quem sabe a arte,

que fica quando falta a coragem...

Sou, ainda, a poesia que resistiu

depois da nossa noite de quase amor...

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 07/08/2011
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