Nossa noite de quase amor...
“Há momentos, e você chega a esses momentos, em que de repente o tempo pára e acontece a eternidade.”
Dostoievski, Fiodor
Sou a falta de diálogo quando
paramos para conversar...
Sou aquela vontade insana
que a madrugada saudou...
Sou aquele beijo furtado
na encosta do seu portão...
Sou aquele suspirar apertado
e preso na boca beijada...
Sou aquele braço do abraço
forte ao redor do seu corpo...
Sou de novo aquela boca calma
na louca boca do seu batom...
Sou os dedos daquela mão que
sabe o diabo, mas Deus sabe não...
Sou aquela voz que fala quase tudo
que não se aproveita no seu ouvido...
Sou uma parte, quem sabe a arte,
que fica quando falta a coragem...
Sou, ainda, a poesia que resistiu
depois da nossa noite de quase amor...