A pedra, ao meio do mar,
Na beira do quintal de minha aldeia,
Sofria os entrechoques,
Das aguas marinhas.
Eu, no alto da pedra;
Olhando o céu,
Tomei a decisão:
Sofreria desde então
as dores
Das aguas;
Desceria da pedra rija
E viveria, nas terras umidas
Encetando, versos,
Que desmancham seus brilhos,
Nas ondas dos rios de mar
Que passam por minha aldeia.
Assim vi, com estes olhos;
De pequenos alcances,
Toda a alegria do povo do lugar.
Vi que na superfície,
A alegria é gado ruminando
Alimento comum,
E que a tristeza
Tem seu lugar e perguntas!
Vi que não há solução;
A vida termina em frequentes silêncios.
Vi, que as respostas também
São frequentes incertezas
E que ao molde do rio de minha
Aldeia,
A verdade
É sujeita, as correntes das marés
Que ora sobem, ora descem.
Deixando lodos e excrescências.
Vi, que nunca estive enleado
As raízes da arvore de minha aldeia.
Vi também que meus avós,
Se foram, no ultimo instante...
Livres; da liberdade,
Permitida aos navegantes destes mares
De tolerâncias e ternuras.
Vi que minhas avós
Perderam-se nas dores do parto
E pelas filhas ficaram,
Enleando-se as raízes da arvore natal;
vicejando memorias subjacentes,
Renovando o rito
Das dores ancestrais de minha aldeia.
Vi que minhas filhas,
São minhas ultimas sementes
E que para elas nada deixarei de consistente
(Estou vazio e sem ilusões)
Por assim saber
deixo-lhes o vaso cheio,
Das memorias de minha mãe.
Zartina de rosará
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Obs.:
Qualquer semelhança não será, coincidência. Nada na poesia é novo! Não se iluda poeta, nossa poesia é a mesma de antes. a fonte é profusa e rica e dela intrinsecamente todos bebemos. Os anti-naturais negam a poesia das entranhas e as querem ao molde da digitação pura, as pevertem. Combatem o lirismo, criam metodos egocêntricos e com eles morrem de tédio e ordinarias carantonhas.
Eu sou o que eu sou: Poeta, dos menores e assim me contento, escrevendo de alento e rebuscos.