O QUE O AMOR PRECISA PRA NÃO MORRER.

Flores pra pessoa amada é gostoso,

mas o amor precisa de mais pra viver.

Carinhos feitos com a alma do coração, por que não?

Mas o amor tem sede de algo maior pra não sofrer.

Olhar fechando os olhos da mágoa é bom demais,

mas o amor pede algo além pra não se perder.

Ser capaz de reconhecer que pisou na bola é preciso,

mas o amor carece de outro chão pra não escurecer.

Ouvir o que não dá pra ser dito é legal,

mas o amor chama outra varanda pra não azedar.

Pra ficar sempre atento, atado à sua razão, acordado quando deve ser,

o amor precisa de algo simples, banal até, sem isso nada feito.

Pode-se até pensar que isso quer dizer eu gosto, eu aceito,

mas vai além, bem mais além.

O amor pra respirar, para sorrir, pra gozar, pra encantar

tem que ter algo que pouca gente conhece, e se conhece

quase sempre esquece. E como esquece!

É o desejo de aceitar que o outro é outro, não é parte de gente,

mesmo que a gente queira se fundir num só, virar uma alma só,

virar uma coisa só, virar um mundo só.

Somos criaturas com DNAs diferentes, quanto mais teimarmos em

juntar os trapos, misturar as peles, colocar o sangue numa bacia só, pra virarem um cheiro só.

Se puderemos entender que podemos nos amar iguais sendo tão diferentes, tudo entra no eixo, tudo fica paz, tudo vira alegria.

Tudo dá certo, acredite.

Assim vamos aportar juntos no mesmo cais, sabendo que nossos barcos nunca serão os mesmos, nunca mesmo. Mas nem por isso deixarão de só querer aportar no mesmo cais.

E assim teremos a felicidade, por fim. E para sempre.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 07/08/2011
Reeditado em 07/08/2011
Código do texto: T3144849
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