Encontro de amor

Quando a chuva chegou em minha vida, não havia um guarda-chuva,

caminhei molhado no frio das ruas, tentando aquecer-me com minhas lembranças,

mas não eram muito boas para acender a fogueira que precisava em meu espírito,

me faziam chorar, confundindo lágrimas com as gotas que caiam do céu...

Quando meu olhar triste não imaginava mais ter um horizonte para ver o nascer do sol,

surpresas aconteceram como meteóros que caem sem explicações em milharais do Kansas,

não senti medo do que poderia acontecer, porque mesmo imprevisível uma certeza me tocava,

sabia que precisava acreditar que algo mágico estava acontecendo como a resposta de uma prece...

Quando um sorriso me despertou de um estado de topor que me paralizava os movimentos,

muitas sensações novas tomaram conta de meu ser que não mais sentia o congelar solitário,

chamas de uma emoção que se tornava mais intensa despertaram em meu interior,

iluminando uma caverna onde outrora só existira escuridão e confusão...

Aprendi que se você precisa de alguém que dê sentido a sua vida não a encontrará dobrando uma esquina,

não adianta procurar em anúncios de classificados que apontem o endereço de quem se deseja,

nenhum dedilhar de música num violão ou poesia escrita à pena de nanquim pode precisar a nota ou a rima certa,

se você quer uma pessoa precisa deixar acontecer, pedindo as águas do mar que te conduzam a um porto seguro...

Lá haverá alguém que talvez possa enlaçar seu corpo nas noites de inverno,

que possa sussurrar na cama um "eu te amo" sonolento numa madrugada de sexta-feira,

que suspire a cada aconchego maior ao assistirem juntos um dvd já visto tantas vezes,

que responda no olhar a dúvidas sobre um infinito desconhecido mas vivenciado em cada beijo...