ODE AO MEU FILHO

Eu que falo de amor por estes versos,

não o dou inteiro ao meu filho,

quero que ele viva no meu tempo

e o passado só é bom para a História.

Para que pensar assim se a vida é dele,

apenas dei um sopro para acendê-la,

mas não tenho o direito

de prendê-la,

entre correntes e ranger de dentes.

Melhor dar-lhe as asas do condor

para que ele voe nas alturas,

sinta-se o Ícaro do espaço,

cujas asas não se despedacem

no calor das ilusões.

Melhor será fazê-lo amigo,

do que sofrer eternamente

de gota em gota a desilusão.

Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 05/08/2011
Reeditado em 23/11/2013
Código do texto: T3141063
Classificação de conteúdo: seguro