ODE AO MEU FILHO
Eu que falo de amor por estes versos,
não o dou inteiro ao meu filho,
quero que ele viva no meu tempo
e o passado só é bom para a História.
Para que pensar assim se a vida é dele,
apenas dei um sopro para acendê-la,
mas não tenho o direito
de prendê-la,
entre correntes e ranger de dentes.
Melhor dar-lhe as asas do condor
para que ele voe nas alturas,
sinta-se o Ícaro do espaço,
cujas asas não se despedacem
no calor das ilusões.
Melhor será fazê-lo amigo,
do que sofrer eternamente
de gota em gota a desilusão.