Morena Mordendo a Maçã

Dedico essa poesia a mim Raquel e ao meu crescimento como mulher e como ser humano depois que começei a escrever. Hoje eu mesma li meu perfil e me olhei no espelho, quer saber sou uma morena danada de arretada e tenho muito orgulho da minha franqueza e do meu caráter... Arrastar correntes ? Só se for de ouro cravejada de diamantes.

Antes das onze horas saio da faculdade

Atravesso debaixo de chuva e frio a escura cidade

Mas você não sabe o que é isso porque nunca teve em seus braços uma mulher de verdade

De repente pára perto de mim uma moto e reconheço é o meu professor

Eu recuso a carona porque honro e respeito o homem ao qual chamei um dia de amor

Firme digo não em meio a chuva que a essa altura aumenta ainda mais

Felizmente caráter e dignidade ainda são os dois únicos diplomas da moça de Batatais

Enquanto eu ia ao seu encontro transbordando de desejo e paixão

Você me valorizava fazendo escorrer pelo ralo uma enxurrada de lágrimas por traição

Quando cheguei frente a frente com o infiel

Simplesmente virei as costas porque não desço do salto nunca sou Raquel

No meio da chuva se derramei alguma lágrima foi muito pequena

Quem tem que chorar foi quem perdeu os carinhos dengosos dessa morena

Eu sou forte porque vim da terra quente do agreste

Essa morena só chora por homem de verdade não por qualquer cafageste

No meio daquela chuva fria eu encostei no muro e desejei manhosa amor

Fechei os olhos e ouvi o ronco potente do motor

Um mais um é igual a dois

Desceu da moto o meu rústico professor

Uma mulher sempre deve ser beijada com muito amor

Debaixo da chuva abençoada por Nosso Senhor

Selinho é coisa de menina

Hoje professor você vai ter aula com uma felina

Suba na minha garupa que vou te levar em segurança para casa Raquel

Toda tempestade passa e depois seu sorriso vai fazer ressurgir as estrelas no céu

Morena posso te ligar amanhã ?

Claro que não respondi mordendo uma pecaminosa e suculenta maçã

Mas assim você judia do meu coração cheio de desejo e amor

Tenha calma porque a paciência é uma virtude professor

Agora eu era a morena do agreste

Na garupa da moto do cabra da peste

E quando passamos naquela fatídica rua

Dei um tchauzinho e confesso que até fiquei com pena do infiel

O pobrezinho veio correndo atrás e gritando:

Pega ladrão! Roubaram minha morena Raquel...

Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 04/08/2011
Código do texto: T3139590