Gosto de ficar lendo o mar
Contemplando os pássaros
E abraçando o céu ...
Dá-me para ser lírica De vez em quando,
E julgar que mereço
A luz dos teus olhos por instante...
Começo obviamente por me lembrar
Da distancia, pois sei que é longa,
Mas defendo-me!
No meu primeiro raciocínio Lembrando-me que:
Tudo “ vale a pena quando a alma não é pequena” (Pessoa).
Permito-me falhar... “somos falhos por natureza” (Freud).
Ao longe, as gaivotas voam no espaço
Entre meus olhos e o céu,
E dançam na canção do vento...
Ninguém me tira a atenção
Enquanto carrego meus olhos De energia admirando esta planície, De céu e mar
Aonde posso trancar os olhos Sentir o céu...
Concentro-me no ar que respiro
Que me vai alimentando o corpo
Descalço sinto o chão
E as batidas do meu coração
Alimentam-me a alma...
É como se fosse uma celebração
Sinto algo nas mãos e gotas geladas
Escorrem-me do cabelo E depois para o pescoço...
Indo-se esconder no osso do bósforo,
E o pensamento da palavra bósforo
Recorda-me 'O Paciente Inglês'
Do Ondaatje e aquela frase
decorada para sempre...
Passo metade dos meus dias Desesperada por não te poder tocar!
Não é uma questão de moral,
Mas do ponto até onde vai À resistência de uma pessoa'.
Já não tremo, eu e o frio conciliámo-nos...
A candura do desejo podia ficar aqui
Deitada para sempre e não sentir frio.
Certas experiências só se podem viver a sós...
Mas eu queria você aqui!
Para que pudéssemos cruzar nossos olhos Debaixo da luz da lua cheia.