Palavras 0438 - Almas

Para sempre...

Minhas almas são falíveis, as duas,

a diurna que me faz elouquente e calmo,

a noturna, o animal-amante que voraz

ataca sua presa sem presa e a saboreia.

Às vezes o homem morre as tardes

para matar os animais que vivem em si,

ocorre um deslize e para seu mundo,

a capacidade de entender assemelha-se

a de uma pequena criança recém-nascida.

As dores e as lágrimas não são vulgares,

somente o faz cativo da emoção que

destrói cada pedaço do sentimento

e acaba serenamente zombando da morte.

Quero partilhar meu riso amante, o gozo,

não falarei dos males que nos acometem,

um dia ficaremos distantes, alma e corpo,

os caminhos se separam e destes ficam

a lembrança de um gesto que mimou a face.

Diz-me alguém, a paixão é um mal vizinho

ou apenas um mal necessário até o amor?

Minhas almas gritam entre si,

diurna e noturna, será quem, Deus?

Que os amores me guardem!

Para sempre... Amém!

04/08/2011