AMOR DE PELE
O contato com a pele eriçada
É coisa sem igual
Esta descarga adrenérgica sublingual
Se funde com o todo percorrendo o etéreo
Em descargas eletro magnéticas
Regurgitando na epiderme da pele
Pequenas saliências que flagram e entregam
No arrepio o tremor brotando das entranhas
Os instintos incontidos dos desejos ardentes
Como um tapete de delícias incontidas
A carne temperando-se empanada
Externando nos poros de sorgos rebentos
As portas eriçadamente abertas do paraíso
Douremos então a felicidade deixando
O momento passante pelo lado de fora
Extrapolando os limites em beijos
E em ritos de comunhão
Expectorando sucos incontidos da garganta
Que brotam como olho d’água vindos da terra da paixão...
Esta energia que se mescla na invencibilidade do sol
Entre dois seres na fímbria dos corpos entrelaçados
Eclodindo como a chuva repentina que cai sem avisar
Relâmpagos soltam suas chispas e descargas penetrantes
E o trovão responde eclodindo no mundo sua fúria contrita
Essa massa sedenta é energia quântica que reverbera
Em todo o cosmo infinito fazendo girar o eixo desta esfera
O suor que é o molho picante do amor instilando escorre
E exala o perfume hormonal refluindo dos amantes
As ondas de calor ainda emanam dos movimentos internos
Correm involuntários febris e se dispersam
Libertos da couraça que os aprisionava
E rumam regenerados e amados
Na energia volátil que se dispersa no mundo