Tu te calas...

Tu me acenas com a Felicidade

e quando penso em fruí-la, tu te calas

e me abandonas á minha solidão...

Como fugazes bolhas de sabão

de belas cores, eu as quero segurar,

mas escapam logo de minhas mãos...

E vem o teu silêncio que me oprime;

e vem a tua ausência que me mata...

E fico eu só aqui, a afligir-me!

Brincas comigo?... Me amas e me esqueces?...

Não acredito que seja isto verdade.

- Prefiro acreditar que me enlouqueces!...

E ensandecida, eu "penso" que tu vens

e que me amas como a mim convém.

Mas que eu não passo de alguém que vive "além..."

A Realidade tirou-me a Vida, o senso,

e hoje, enlouquecida, sinto e penso

o que quero e desejo! - E tu não vens... -

Quando te calas...

Uns rasgos da razão,

de vez em quando me vêm. E a solidão

percebo! E aqui me tens

prostrada nas estradas desta vida

tendo perdido do amor a mais querida

doçura!... Então o meu refúgio

é fazer que não percebo o subterfúgio

teu... E vivo numa Vida sem ninguém

sonhando amores que nunca eu provei...

Quando te calas...

E quanto te calas!!...

Eu nada sou...

Nem mesmo Alguém...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 02/08/2011
Código do texto: T3135252
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