O amor existe
O amor existe na pureza de um sorriso infante
Na anatomia de um ser presente
Na delicadeza de um corpo inocente
Que procura abrigo num colo quente
Não vou me lembrar dos pecados mórbidos
Que leva o homem a desejos sórdidos
Que mira no tempo de tempos cativos
A esperança vil das ideias fixas
O amor existe e com certeza muda
A alma do homem que oferece ajuda
Àquela mãozinha pequenina que se consome
Em alguns cantos do mundo a revolver a fome
O amor existe no seio quente
Que oferece o leite com amor presente
Que traz um sorriso, um soninho e um arroto
Que contempla o mundo castigado e roto
O amor existe meu filho querido
Para que o ódio seja consumido
Nas sombras do tempo
Que levado pelo vento
Leva também as lembranças
Das coisas que nos tiram a velha e gostosa esperança