AMOR IMORAL

Fui enganado, inopinadamente ferido...

Ludibriado, voluntariamente traído...

Apesar deste pesar,

Numa postura paradoxal,

Parei para refletir, meditar.

Mesmo que involuntariamente,

Quantas pessoas eu fiz algum mal?

Ou fui sarcasticamente mau?

É nessa amargura premente

Que nos tornamos consciente.

Gostaria de me redimir dos meus erros!

Pois, percebo o quanto sou falho.

E não é mera conjectura;

É constatar o quanto sou humano,

No sentido literal da palavra criatura.

Aprendi da forma mais dura

O quanto à vida pode ser atroz.

Somos uma ínfima parte desse todo.

E percebemos que esse mundo de engodo

não gira em torno de nós.

Vestia pedantemente o sorriso,

Sempre vigiado pela vaidade,

Ladeado pela empáfia e o orgulho.

Caí do meu próprio pedestal,

Um vilipêndio sem igual.

Padecimento, azedume, compaixão!

Dissabores, angústias, comiseração!

Eterna aflição.

Tantas sinonímias

Ululantes falsídias.

E que provação,

Prenúncio da inanição.

Maldita dor moral!

Bendito amor imoral!