DESPERDÍCIOS
Ancoro em ti
minha poesia
liberta.
Bem sei
da licença
restrita,
do alerta,
do porto
e da âncora
encoberta.
Sou um barco
à deriva
por vagas
quebradiças
à procura
de uma estiva
para a minha
carga viva
que há tempo
desperdiças.
Em teus portos
movediços
descarregar
os desperdícios
de uma carga
recusada.
Os que chamas
de meus vícios
e não queres
para nada.
Talvez
quando apodrecida
e jogada fora
for,
no teu último
cais da vida
com a âncora
recolhida
juntarás
por teu amor.