DESPERDÍCIOS

Ancoro em ti

minha poesia

liberta.

Bem sei

da licença

restrita,

do alerta,

do porto

e da âncora

encoberta.

Sou um barco

à deriva

por vagas

quebradiças

à procura

de uma estiva

para a minha

carga viva

que há tempo

desperdiças.

Em teus portos

movediços

descarregar

os desperdícios

de uma carga

recusada.

Os que chamas

de meus vícios

e não queres

para nada.

Talvez

quando apodrecida

e jogada fora

for,

no teu último

cais da vida

com a âncora

recolhida

juntarás

por teu amor.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 01/08/2011
Código do texto: T3132710