Beijos de Nuvens
Agora me deu um branco, mas já me lembrarei...
Lá do alto (11º andar) vi a poluição triste que o homem produz.
Porém alvas nuvens ainda persistiam.
Se moviam velozmente, se reparei bem.
Mas sua cadência era marcada por um movimento, um movimento mais que esotérico, mais que mágico.
Muito mais que místico.
Era pura e simplesmente divinal.
Entendi então, o que falava o livro da vida, o que era o "sopro do espírito" que anima as criaturas.
Me emocionei com tamanha graça, e vi que sopra também em mim esse espírito divino.
(Um espírito Santo, mesmo que haja chagas em meu corpo.)
Elas se aproximavam cada vez mais uma da outra, e quase ponto de uma colisão espacial, em forma de lábios se transmutaram.
Numa linda cena de amor, um beijo dado no céu, bem mais que no céu da boca, no céu infindo...
Dai graças ao amor que ainda luta.
Que vive mesmo em meio a confusão do dia-a-dia.
E depois deste beijo, não existia mais lábios, nem mesmo as nuvens que se beijaram!
Não se podia destinguir qual era qual, quem era quem...
A mais pura forma do amor, quando não sabemos onde termina o outro e onde começa o nosso eu.
Que Ágape me consuma!
E que eu seja como aquelas nuvens:
Não tenha medo de morrer, se preciso for, por causa do amor.