ONDE NOSSA ÍTACA, ULISSES?
Onde nossa Ítaca, Ulisses?
Em que oceano
A nossa ilha
O nosso mundo
Para onde voltar
Onde, Ulisses?
Onde a praia de paz
Para os nossos corpos
Perdidos corpos de amor
Meu amor, meu guerreiro
Ulisses
Onde a praia da nossa paz?
Por que para sempre esta dor
Que não nos cabe
Que não cabe em nós
Ulisses, meu senhor,
Por quê?
Ulisses, meu navegador,
Por quê?
Por que só nos é dado
Desde sempre
Navegar e navegar e navegar
Nestas amargas águas
Ah, águas sem fim
Por quê?
Por que, Ulisses
Senhor dos meus silêncios
Dono do meu Sonho
Que não morre
Apesar da Morte
Com sua foice
A ceifar-nos
Em cada respiração
Por quê?
Por que, Ulisses
Esse destino
Sem trégua sem esquecimento
Sem partida sem retorno
Sem olho no olho nunca
Sem boca a dizer-nos nunca
Por que, Ulisses?
Por quê?
Escrita na noite de 31 de julho; publicação no início da madrugada de 01 de agosto de 2011.