Poema 0915 - Viagem pelo prazer

Meu olhar indecente invadiu sua blusa,

minhas mãos se descontrolam,

não as contenho, abusadas se oferecem,

vem à queda, a calça jeans, a camiseta,

meu corpo nu descobre seu nu,

os corpos exalam o cheiro que convoca,

braços e pernas despencam sobre a cama.

Mergulhamos milhões de metros,

o desejo nos faz viajar do céu ao inferno,

meus olhos fixam, não lembro onde,

ouço gritos de dentro dos corpos,

um gozo quente lateja forte,

a saliva escorre no canto da boca,

os dedos, membros, todos, tudo vale paixão.

Vejo sua pele refletir como um espelho,

gotas de sal brotam misturadas aos pêlos,

faço meu corpo deslizar enlaçado,

veloz a cada toque de corpo contra corpo,

dentro e fora, a língua lambe os beijos,

enquanto subimos e descemos luas de êxtases

até encontrarmos os milhares de arco-íris.

Grita, desperta seu homem, o anseio,

solte seus fantasmas,

a fome desejosa dos seus instintos,

enrosque seus cabelos na minha língua,

quero sentir sua gula fantasiosa,

faz do meu jeito, do seu, do nosso,

saboreie, engula o prazer a seu gosto.

É meu pecado capital, meu centro,

preciso deste lunático prazer que enlouquece,

perder-me acompanhado do lado de dentro

da carne vermelha que me leva ao gozo,

explore, te pertenço,

esqueça o tempo, os jogos, as palavras,

faz a troca, liquido por liquido, prazer por prazer.

Deixa meu beijo ser engolido pelo amor,

quero crescer a cada toque no peito,

deixar a paixão cair entre seus seios,

ser curioso e ir buscar,

dá-me o olhar de sim, de não, pouco importa.

Vem! Aprova, escorre junto com o prazer,

prove do êxtase que lambe nossas vidas.

08/12/2006