Autobiografia do meu outro eu
Nem todos os poetas me disseram
Que o amor pode ser triste,
E os que ousaram me contar
Não souberam mensurar a dor que nele existe.
Ouvi musica de Caetano...
Passei tardes cantarolando.
li amor de salvação
Até de perdição,
Imaginado que mesmo o final sendo triste
Tinha sinais que o amor persiste.
Achei lindo o vento,
Sonhei muitas vezes no relento,
Que a estrala reluzente
Fosse meu pedido realizar.
Chorei bem no final
Quando no diário
Um casal me contou sua paixão.
Critiquei sozinha os casais
Que via,
Achando falta de amor
Por um belo novo amor
Nem se lembrarem do que outrora
O fazia flutuar.
Foi difícil entender que o poeta
Pode ver o que muita gente
Nem mais crer.
O amor que o poeta se refere
Nem ele mesmo sentiu na pele.
Usou das palavras de um famoso
Autor que disse certa vez:
O poeta é um fingidor...
Imitei as mocinhas que eles me descreveram
Esqueceram de me contar
Que nem todas acabam no altar.
Sou poeta do desamor, da falta e da dor
Que um dia um me causou.
Mesmo amando alegremente
O poeta que há em mim
Acha que ser triste,
É o fetiche
De todo poeta escritor.