EU E A POESIA
 
A mente trava e crava marcas...
A poesia difícil lavra,
Expressando na imperfeição da palavra.
Tenho noites claras, perturbações me seguem,
Meu ar contagia, surge instintivamente.
Procuro não esquecer as risadas de ontem,
Meu rosto não tem lugar para tristezas,
Sou pureza de alma...
Mulher de caça que leva o mistério
De sentir a vida e ser vida em vida.
Às vezes ultrapasso esse cruel fantasma,
Essa sombra que me sufoca e me castiga.
Conheço-me, encantada pelo viver na poesia
E, juntas, somos únicas!
As palavras respiram numa só alma...
No passado maduro, na esperança do futuro.
O cansaço vicia, principalmente
Quando a vida é vazia,
Então vivo...
Sem contar o tempo, pensando nos sonhos,
Com uma imensa vontade de voar
E alimentando-me do amor.
Sentada no chão e olhando o infinito,
Busco o sorriso no mesmo sentir,
Sabendo como sei da hora do desejo,
Da insanidade da vida sem amor,
Nego-me a seguir, a viver sem o sabor
De quem se conhece por dentro...
 
Adriana Leal


Texto revisado por Marcia Mattoso