Como se fosse o fim do mundo…
Gritos de revolta
Gritos de satisfação
Gritos de dor
Gritos de prazer
Sempre o mesmo registo
Monocórdico
Cujo sentido linear
Dificilmente consigo entender…
Na típica cenografia
Na típica encenação
Que fazes
Muitas vezes em silêncio
Para que as luzes incidam sobre ti
Sobre a tua representação…
Tendo uma queda
Para registos dramáticos
Onde encenas o fim do mundo
E ages nesse sentido
Encenas dias de apocalipse
Como se nada se passasse realmente
Como se nada mais tivéssemos que fazer
Do que ouvir
Ou ver
O teu teatro
Onde a rir
Nos queres fazer querer
Que não te ris
Que estás a sofrer
Como se não tivesse mais nada com que me entreter
Na suprema alienação
Dos falsos sentidos
Que me chegam não somente da televisão
Ou da Grande Rede
Descobrindo que onde menos os esperava
Essa ilusão
Está contigo
Porque tornas ligeiro
O que te digo de profundo
Ou ages ao contrário
Tornas de um nada
Algo como se fosse
O fim do mundo…