dia vigésimo-sexto
queria te amar no jardim
na exuberância do parque
que existe lá no Flamengo
olhando os barcos fingindo
que não perturbavam a baía
os carros correndo por baixo
da passarela vazia
nenhum menino de rua
nenhuma ameaça sombria
somente nós dois abraçados
naquele fim de entardecer
a gente só tendo a temer
que o encontro do sol com a chuva
pudesse não acontecer
e assim o lindo arco-íris
viesse nos esquecer
que foi o que aconteceu
e tu ficastes onde estavas
e a tarde desapareceu
mas teve gente que esqueceu
que isso foi tão bom demais
(aquilo que ele conseguiu)
que agora o que é que ele faz
com tanta alegria que tem?
Rio, 26/11/2006