Por ironia ou poesia...
Sua imagem agita-me os instintos esquecidos,
Com suavidade, toco no ar seu rosto alvo...
Que por ironia ou poesia revelou-se a mim.
Procuro a ponta da calda do cometa que te enviou...
Não acho... Nem quero!
Quando rezo clamando por sua imagem, você na sua, não me ouve.
Quando distraída, bagunceira e rindo da vida,
Eis que surge seu sexo, sinal de frio na barriga...
Que brincadeira mais boba.
Fico encantada,
Fico agitada,
Fico inspirada...
Não sei se saio,
Não sei se adentro no seu pensamento...
Não sei se induzo você ao meu,
Não sei!...
Parece ser um elo irreversível de corações sedentos de ninho...
Corando roupas cinzas no varal do quintal tétrico.
Seu ser chegou rasgando-me as entranhas, fazendo morada sem dizer nada...
Chegou sem horas, pedindo abrigo, querendo água, invocando meus beijos,
Devastando meu sono, fazendo-me sonhar acordada com cintilantes borboletas...
Borboletas enigmáticas, posando na flor mais formosa da minha janela.
Quem dera fosse uma, voaria para onde sua alma situa,
Sentaria na praça mais florida,
Olharia com olhos fixos sua face serena e misteriosa,
Tocaria forte em seus cabelos, fazendo-me ser sua fada por inteiro,
Fada de asas quebradas por tantos espinhos no decorrer do caminho.
Camila Senna