SERÁ QUE HÁ DE VIR
Às cegas aonde venta a vela
Navega sem regras
Seu papel inventa
Na tela azul do céu
Sem véu sonha,
Chora na fronha
Enfadonha
Qualquer esperança serve
Ele virá em breve
Um amor há de lhe surgir
Baila a sombra da luz da vela
Singela, sem nunca cansar
Nota se alguém repara
Não nega, se esfrega
Prá se distrair
Não espera coisa rara
Apenas um amor possa surgir...
Dia a dia se escangalha
No fim conta migalha
Recolhe a tralha
Não escolhe batalha
Não se deixa sucumbir
Talvez o amor possa existir
De boca saí pouca trela
Não revela um segredo
Só a deus confessa medo
Sem ter tarde ou muito cedo
Na hora de dormir
Sonha que o amor possa lhe vir
Procura flores na janela
Vê suas dores e mazelas
Tristeza não vem em parcela
Quem cicatrizará as seqüelas?
Não se verga, ao longe enxerga
Visão a lhe iludir
Algum amor possa lhe vir
Cara lavada no semblante
Num rasgo radiante
Entre um trago e um afago
Foi cortejada, ela garante
Parceiros de ocasião
Ela estendeu a mão
Passaram ao largo
De conquistar seu coração
Valeu se divertir
Até ter um amor prá não mais fugir
Pinta com a sobra de tinta
Que restou na aquarela
Página de vida amarela
Esquece as querelas
Valsa nua e descalça
Realça seu entardecer
O que pode se resguarda
Aguarda um bem querer
Que ainda possa vir
Navega
Na tela azul do céu
Sem véu
Chora na fronha
Enfadonha esperança serve
À sombra da luz da vela
Sem nunca cansar
Se esfrega
Prá se distrair
Conta migalha
Não escolhe batalha
Não se deixa sucumbir
Da boca pouca trela
Revela segredo
Tarde ou muito cedo
Na hora de dormir
Procura flores na janela
Visão a lhe iludir
Num rasgo radiante
Um trago e um afago
Ela estendeu a mão
Pinta com a sobra de tinta
Página de vida amarela
Esquece as querelas
Valsa nua e descalça
Realça seu entardecer
O que pode se resguarda
Aguarda um bem querer
Acredita que o amor ainda há de vir