Retratando pela Ampulheta

No caminho até a sombra,

O vinho na taça, flores pelo chão,

Os pêndulos em reverência

Da quase madrugada dos signos

Com ascendência em Vênus!

As peles já cristalizadas falam por si,

Enfeitiçam a noite tocando a música,

Escrevendo em suspiros o que foi semeado

Num outono mesclado em graça,

Rimas e alvas cobertas!

O tempo parou, a brisa bailou,

Embriagando o toque, o falsete,

O beijo em sol bemol seguindo no pulsar

Ardente da cor natural do instante

Escrito pelo pranto em poesia!

Ah! Vou girar a ampulheta,

Reescrevendo quietude e movimentos,

Atores da fantasia eleita n’alma

Desprovida de preceitos, dos seios...

Quero quimeras, eras renascidas,

A fruta mordida...

O amor!

Em pedra jade, nunca esquecida!

Auber Fioravante Júnior

17/07/2011

Porto Alegre - RS