DIÁRO DE UMA ILUSÃO

Condenas-me por ter te deixado

Como posso ficar com uma pessoa

Com um sentimento de pena

Penitencia é culpa é confissão...

No princípio houve uma atração

Mas era paixão, carne, cama

Sedução que o ego queima e inflama

Teu corpo era um brinquedo

Cheinho de segredos

De teclas sedutoras

Pros meus dedos tocarem

Mais daí a te amar de verdade

Há léguas de distancia desta possibilidade

Vir a acontecer é nula esta reação de realidade

Mas nunca foi segredo esta atração...

Não houve traição tampouco enganação

Não posso trair o que não tenho

Havia vigor intensidade “trocação”

Fluidificação, sexo apenas sexo no plexo e ponto

E você sabia disso e gostava de correr este risco

Mais jamais domínio de propriedade...

Passou assim como chuva de verão

E agora me culpas pelo que não possuo

Que é te dar amor? Não definitivamente

Não posso te fazer feliz e me sentir

O homem mais iludido do mundo a te iludir...

Dois seres precisam estar em comunhão

O amor é como o fruto da estação

Precisam do tempo certo pra florescer

E pra sua doçura poder oferecer

Como um melado que adoça e gratina o coração

Tens uma vida pela frente

Um presente a ser aberto

Onde não se põe não se tira

Não se pode viver uma mentira

Desejo não é garantia de posse

Foi distração e você se apegou a uma ilusão

Porque estavas carente

E o destino prega peças na gente

Um dia tu ainda irás entender eu sei

Que foi melhor assim conversar de frente

Fingimento é terra sem lei

Amadurecer faz bem pra alma

Não me queres como amigo

Dizes que teu orgulho está ferido

Então além de nós nada existe

Restou o tempo perdido

Além do tempo existido.