Poema 0912 - Flor da loucura

Meu coração é flor noturna do pântano,

minha vida caminha lentas noites vazias,

congela-se no frio corpo de réu,

condenado a morte pelo pouco amor.

Nenhum sino tocou no campanário,

as canções não eram de amor,

os loucos como eu caminham na escuridão,

sem velas, sem luz, sem lua.

Em algum reino arde o fogo da felicidade.

dizem palavras que não matam

e celebram o hoje, cantam, gritam a dor,

enquanto deita fora o amargor dos ontem(s).

Amassem todas as flores murchas da alma,

voltei um dia de cada vez até meu nascimento,

gotas de sangue brotaram na testa,

na boca colocaram palavras vãs que me calaram.

Atravessa os lábios um beijo louco de paixão,

minha alma voa como um pássaro ligeiro,

visito algum céu imaginário,

fiquei imóvel por um momento e perdi os sentidos.

A solidão é como ópio, delirante como o silêncio,

estou perto da liberdade, livrando-me do vício,

como onda que desliza antes de quebrar na praia,

ponto final de uma vida sem nenhuma vida.

07/12/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 07/12/2006
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