Pronomes dos bois
Meu eu desgarrado inquieto,
sequer sei se vou ou venho;
carecendo pegar um objeto,
como, se nem mão eu tenho?
Nefasta paraplegia atinge,
e recebo na boca meu angú,
o fado de breu me tinge,
alento do eu, carece de tu.
Que fazer, não ouves o grito
nem me olhas do jeito aquele;
talvez, meu sonho bonito,
voce só realize, ao lado dele.
Minhas asas perdem as penas,
olhar tenta portar minha voz;
logra mostrar amargura apenas,
nem sombra do que fomos nós.
Tíbia esperança que possas vires,
tão, que talvez ninguém note;
que eu faria no fim do arco-íris,
se vós ja encontrastes o pote?
Resta ver amantes na praça,
e só invejar a sorte deles,
tendo de amor, repleta a taça,
algo me diz, felizes são eles.