Pronomes dos bois

Meu eu desgarrado inquieto,

sequer sei se vou ou venho;

carecendo pegar um objeto,

como, se nem mão eu tenho?

Nefasta paraplegia atinge,

e recebo na boca meu angú,

o fado de breu me tinge,

alento do eu, carece de tu.

Que fazer, não ouves o grito

nem me olhas do jeito aquele;

talvez, meu sonho bonito,

voce só realize, ao lado dele.

Minhas asas perdem as penas,

olhar tenta portar minha voz;

logra mostrar amargura apenas,

nem sombra do que fomos nós.

Tíbia esperança que possas vires,

tão, que talvez ninguém note;

que eu faria no fim do arco-íris,

se vós ja encontrastes o pote?

Resta ver amantes na praça,

e só invejar a sorte deles,

tendo de amor, repleta a taça,

algo me diz, felizes são eles.

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 26/07/2011
Reeditado em 26/07/2011
Código do texto: T3120139
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