DE VOLTA À VIDA!
Durante tantos anos me senti no abandono
Achando que devia arcar com a vida que escolhi
Não tinha mais vontade própria, nem viço.
Somente deixava a vida passar por sobre mim!
E a borboleta colorida, alegre que sempre fui
Desbotou, perdeu suas asas e sua cor!
Tornou-se mariposa cinza e triste
Encostada a uma luz noturna, querendo seu calor!
A loba que havia em mim me abandonou
Vi-me cordeiro num pasto qualquer...
Arrastei meus dias neste marasmo...
Não tinha forças para reagir, nem fugir!
E a minha voz se fez mudez...
Minhas vontades não mais existiam
Era um ser autômato, sem guia.
Minha vida não tinha mais vida!
De repente, nem mesmo sei de onde
Surge em meus caminhos nova vida...
Vejo minhas asas se abrindo
Ganhando de novo seu colorido!
Meu cordeiro morrendo aos poucos
Dando vez a loba que sempre fui
Abraço novamente minh’alma primitiva
Deixo pra trás o inverno rigoroso no qual vivia!
E serei primavera abundante...
E só alimentarei meu ego com prazer
De estar de novo da vida “amante”
Sem deixar nada nem ninguém me deter!
Enquanto me fiz silêncio, acabei analisando,
Todas as nuances que via da vida
E sei que sou mais colorida que a própria
Que tenho luz própria e sei voar!
Nada, nem ninguém vai hoje conseguir me parar
Porque encontrei em mim a força
Encontrei em meu ser o meu melhor par
Eu sou a divindade que queriam apagar!
E se o preço do meu vôo for maior
Até mesmo daquele que eu possa pagar,
Assumo os riscos do mesmo
E novo ciclo volto a alçar!
Porque o amor que hoje vivo me deu forças
Afastando de mim o medo e o pavor
Estou de volta à vida, plena, inteira
Sou somente sede, de vida, alegria e amor!
Santo André, 07.12.06 – 14h20min