::::: PALAVRAS DESCONEXAS :::::
Chamarei à ponta da minha caneta
Todas as metáforas e hipérboles existentes
Para ajuntar as palavras desconexas
Que ardem no meu peito indolente!
Eu sou a contínua guerra
Que os seus lábios podem amansar.
Eu sou o leão - a fera -,
A inconstância e o medo.
Eu sou a noite em treva
E da solidão o desespero...
Eu sou o dia nublado
E a noite sem luar.
Eu sou quem morre de solidão
E quem seca de tanto chorar.
Eu sou a música inacabada
E a poesia jamais interpretada.
Eu escrevo dor por sentir muito amor,
Eu escrevo em lágrimas por querer sorrir.
Eu vivo a putrefação em minha dor
E sangro no amor que nunca quis sentir.
Mas eu a amo...
Socorre-me, tu que tens nos olhos minha paz.
Ajuda-me, tu que levas consigo minhas noites.
Beija-me a face para que eu morra feliz...
Porque de trevas me arremato e assim fico
Enquanto não chega o dia
Em que eu deitarei sua face em meu colo e,
Beijar-te-ei a face com tamanha candura
Que esse momento marcará a imensidão.
Eu choro quando sinto dor,
Eu rio quando tenho alegria,
Eu canto quando tenho esperança
E quando amo... Eu te verto em poesia.
E quando me vier a morte,
Deixei no seio da eternidade
A razão da minha alegria...
E para ti...
Deixei todo o amor que em mim existia.