A razão de viver
Atravesso pelas noites, a minha alma fria,
Os ventos são açoites, nem o luar me inspira,
Procuro velhos cantos, em que antes sorria,
Agora só me espanto, foi-se a magia.
Busco junto aos amigos, ensaiando o que eu era,
Nada escuto, nem o que digo, lembrando-me da voz dela,
E, mais uma noite, fico a olhar descrente, quem me dera,
Ela aparecesse, como arte, em perfeita aquarela.
Atravessaria as mesmas noites, alma a sorrir,
Em qualquer lugar a magia sentiria,
Com seus beijos na brisa a me cobrir.
Brindaria com os amigos a curtir,
Escutaria a todos e a todos eu diria,
Ela, razão do meu viver, do meu sentir!