A NAMORADA DO POETA
A namorada do poeta
Veio bater-lhe à janela
Numa leveza singela
Mais uma vez sem aviso
Desafiando improvisos
Como sempre, veio quieta
Ah! Essa namorada
De manso vem sorrateira
No meio da noite se esgueira
Deita com ele ao sei jeito
E enfiando a mão no seu peito
Tira frases desvairadas
O poeta e a sua fêmea
Viajam no tempo e no espaço
Desconhecem o cansaço
E às vezes não sentem fome
Ele nem sabe o seu nome
mas chama de alma gêmea
É namoro, é paixão
Que vara a noite por dias
Por conta das ironias
Vai embora num estalo
E a namorada que falo
Tem codinome inspiração