Dois corações
São dois corações atrelados
São dois corações apaixonados
Talvez pela mesma aurora,
Que vivem no mesmo lar,
Que bebem os mesmos desejos,
E respiram o mesmo ar.
Presos como o peixe no anzol.
Com as duas guelras pegadas
Com as nadadeiras no atol
Como um casal de pombinhos,
Como o bando de pardais
A revoar pela vida.
Bem como o olhar vibrante,
Que em brilho se olham e se amam
A beleza da vida qual natureza santa...
Preparando-se para a felicidade,
Como o fogo no mês de agosto,
Queimando às manhães ensolaradas.
Se tivessem tidos condições
E algumas intermináveis três-marias
Existirssem, como a água no ribeirão.
Presos a alegria do sonhar
Seguindo a longa estrada de chão,
Na verde esperança do amor!