AMOR FEITO DE JURAS
Como se estivéssemos deixando para trás um amanhecer
O tudo da qual pensávamos pertencer se encerra
Quando beijas minhas mãos há uma entrega e uma oração
Uma benção e uma canção... Uma breve confissão!
Que diz mais ou menos assim...
Eu me entrego e tu me acolhes e quando
As recolhemos vemos como é pouca a brevidade da entrega
Resta-nos sempre vestir as cascas e carregá-las no corpo
Juntando pedaços de trapos que o tempo devora!
Uma hora de amor é uma consolação que na pele aflora
Uma hora de amor é se entregar ao conteúdo da emoção
A que me Inspiro trazendo sementes que eclodem no coração
E aceleram os frutos da nova estação...
Ouvir canções enamoradas segregadas na boca
onde só amor respiro
Amor de nascente que no ar viram flores crescendo dentro da gente
Teu amor é meu suspiro dele retiro o pensamento íntimo de zéfiro
Tatear com as mãos o dorso do corpo é poetar digitais de inspiração
É mapear todos os caminhos que nos trazem a vida de volta
Neste momento em que dar as mãos é um ritual de passagem
Como as flores de uma árvore que vão murchando
E se despedindo da vida num gozo rítmico de quase morte...
Nestas horas em que o pássaro azul singra o vermelho do céu
Perdemos a noção do tempo e o que passa pelo espírito
Queremos jogar pra fora para que não reste uma gota vagando no éter
Neste momento em que os corações sossegados se encontram
Buscando o seu ser dentro de outro ser, tudo desaparece
Nestas inexistentes horas em que o tempo vira prece
E trocam juras de amor...
Nestes momentos percebemos nos olhos
Que a eternidade é um pedaço de papel picado
Que foi jogado pro alto na escuridão e viraram estrelas
E em cada estrela espalhada pelo céu
Uma jura de amor