LAGRIMAS DE AREIA
Suas lagrimas de areia
Dependuradas sobre a teia que envolve seu olhar
Porque se nega a cruzar seus olhos com os meus
E camufla seu choro pra eu não contemplar
A fonte de salina que a refinaria do seu corpo
deposita em minha confiança
Faço do meu coração
Sua cadeira de balanço, balança...
Nele eu lhe aconchego e te adormeço
Porque no peito mantenho viva sua lembrança
Como a lua que flutua na alma de uma criança
O que ofusca os olhos do meu coração
É imaginar por algum momento
Que talvez a água que me reidrata
Pode dissolver você no oceano das minhas lembranças
Eu sei que desfazer você é falecer os sonhos dentro do meu peito
Tirar o meu direito de buscar abrigo em você quando me deito
Banir você de mim é desintegrar aquilo que nos uni
que nos separa e nos faz perfeito.