De alma lavada

Os fatos estavam consumados,

eu abatida e você irritado...

Foi o último grito teu,

foi o primeiro grito meu.

Bruscamente paramos,

e assim, terminamos...

Ficou aquela dor que arranha,

machucando as entranhas.

Fui chamada por ti de mal agradecida,

mas você não se lembrou que uma ferida

não pode ser curada,

simplesmente jogando água salgada

em cima dela...

Abro a janela

e deixo a cortina fechada.

De alma lavada,

volto à página do livro que eu parei de ler,

e assim fiquei até o amanhecer.

As centelhas de raiva que cairão no mar,

irão com certeza se apagar.

Não dormi, mesmo assim me sinto melhor

sabendo que o amor é maior

do que a dor.

Hoje eu vou colher a flor do amor

e depois de beijá-la, a jogarei no mar.

A vida não irá mais me açoitar,

esquecerei a minha dor

porque vou me mergulhar no mar do amor.

Gabrielle Pizarro
Enviado por Dom Galaz em 23/07/2011
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