Nosso sagrado coração
Ouve-se de dentro do peito meu
O palpitar do órgão de amar
Que não é feito de matéria orgânica
Mas à vida não se pode dispensar
É o que administra o meu sentimento
No meu peito de angústias remendado
É o mesmo que em marcha bate lento:
O meu coração louco e descompassado
Se for feito de carbono e ligações
Como e a qual coração refere-se?
Àquele que bombeia a pulsações?
Ou o que palpita na textura da tua pele?
O qual não só ao peito meu habita
Por quê no seu também se aventura
Aquele que com sua ausência se irrita
E faz da tua presença, a cura.
Quanto meu peito se derrete à saudade
Quando o mesmo se remete à loucura!
Vendo teu rosto por todos cantos da cidade
Aos meus poucos passos n`altura
Do desejo que o meu sonho gerou
A vontade de tocar teu corpo de verdade
Já que descoberto já está o sentido do amor
Indiferente à idade e nossa própria cor
Somos ambos feitos de carbono catorze
Como também o nosso sagrado coração
Temos amor sem suor salgado: doce
E eu rendido na palma de tua mão
E caído aos teus pés divinos
Para de letargia plena ali me encantar
Com a voracidade de menino
Como quem nunca se cansa de te cansar...
A noite nunca termina sem luz
E se te cansas, cais de bruços a sonhar
Depois de uma noite de paraíso
Quais mais Utopias tu tens para imaginar?
Em marcha menor descansa agora
O meu corpo embalado pela respiração
Não me despeço, pois não vou embora
Vou me esconder dentro do teu coração.