Vivemos num planeta que chora
Conhecer a natureza
da qual nós fazemos parte
é um prazer com certeza
que requer engenho e arte…
São os montes e os vales
rios e o mar tão fundo,
os bichos, o céu, a terra
e o linguajar do mundo.
Reflito sobre a vida
sobre o mundo rotativo
do universo exuberante
de um ser destruído.
Do mundo mágico criativo,
o solo, o povo inaudito,
de um planeta que chora,
chora exaurido.
De uma fumaça de gás comprimido
De um berro que faz sentido.
De uma paisagem destruída
que teimo em desfrutar e que
a reta, certo dia, um ponto vai ficar.
O fim,
o começo a externar,
O espaço a gritar,
E eu,
sem pena, sem gratidão,
Continuo a matar.
O ambiente somente,
A água,
A semente,
A selva,
O mar,
Onde mais iremos errar?
O planeta chora,
A inteligência ignora,
Onde iremos morar?
Sem terra, sem piso, sem ar;
Sem fogo, sem água, sem mar,
Do que mais iremos desfrutar?
Por que a poluição?
Se o farelo atual é a conseqüência da destruição.
O lixo cultural,
A vida em seu normal,
Num destino sideral,
O homem em seu mal,
Está perto do final.
O rio num esgoto,
Pois o mar está morto,
O ar num aborto,
de quem quer abortar,
Assim, volto à paisagem,
De quem quer reciclagem
Numa distante viagem,
Que precisa restaurar.
Preciso de vida,
Preciso donde morar,
Mas antes de tudo isso,
Preciso a Terra preservar.