AMOR DE FICÇÃO
AMOR DE FICÇÃO
Sou como Bento de Albuquerque Santiago1:
Também tenho minha Capitolina2.
Deveríamos, eu e ele, ter consultado um Mago,
Que nos alertasse de nossa triste sina.
Não sabíamos que quem tem um amigo “escobar”*
Não pode ter um amor “capitu”.*
Para evitarmos este sofrimento, este calvário,
Deveríamos, em nossa adolescência de Bentinho3,
Escondermo-nos da filha do vizinho, no seminário.
Mas tínhamos de viver este sofrimento tão cru,
Que nos transformou em “casmurro”*
E, de dor, nos fez emitir lancinante urro.
Dom Casmurro4 escreveu um livro
Para do passado espantar os fantasmas.
Eu escrevi este poema, como catarse do meu dilema.