AMOR DE FICÇÃO

AMOR DE FICÇÃO

Sou como Bento de Albuquerque Santiago1:

Também tenho minha Capitolina2.

Deveríamos, eu e ele, ter consultado um Mago,

Que nos alertasse de nossa triste sina.

Não sabíamos que quem tem um amigo “escobar”*

Não pode ter um amor “capitu”.*

Para evitarmos este sofrimento, este calvário,

Deveríamos, em nossa adolescência de Bentinho3,

Escondermo-nos da filha do vizinho, no seminário.

Mas tínhamos de viver este sofrimento tão cru,

Que nos transformou em “casmurro”*

E, de dor, nos fez emitir lancinante urro.

Dom Casmurro4 escreveu um livro

Para do passado espantar os fantasmas.

Eu escrevi este poema, como catarse do meu dilema.

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 22/07/2011
Código do texto: T3111329
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.