O CIÚME
Uma cicatriz em meu peito
ás vezes
reabre e expõe minha carne,
sangra,
com uma dor candente.
E, em agonia,
firo a mão que me resgata,
dou lanhos nas costas
de quem me socorre.
Depois, arrependido,
pássaro de asas quebradas,
imploro por aconchego,
exijo compreensão.
Sou apenas humano,
infectado pelo desejo de ter:
quero todo o amor do mundo,
sob a minha mão,
diante de meus olhos.
E esse querer
é baseado no medo
de perder o que nunca,
nem em sonho,
será meu.
Ainda menino,
não percebo que
quem ama é cativo,
não é senhor.
Esta cicatriz
é a flor de minha fraqueza,
vermelha,
sangüínea.
(Foto: Jan Saudek)
Uma cicatriz em meu peito
ás vezes
reabre e expõe minha carne,
sangra,
com uma dor candente.
E, em agonia,
firo a mão que me resgata,
dou lanhos nas costas
de quem me socorre.
Depois, arrependido,
pássaro de asas quebradas,
imploro por aconchego,
exijo compreensão.
Sou apenas humano,
infectado pelo desejo de ter:
quero todo o amor do mundo,
sob a minha mão,
diante de meus olhos.
E esse querer
é baseado no medo
de perder o que nunca,
nem em sonho,
será meu.
Ainda menino,
não percebo que
quem ama é cativo,
não é senhor.
Esta cicatriz
é a flor de minha fraqueza,
vermelha,
sangüínea.
(Foto: Jan Saudek)