SEGURANDO AREIAS NO DESERTO

Com requinte de quem sempre rouba a cena a coadjuvante

Prodigaliza no lago do lençol a outra face de Narciso no ato do palco Armado no íntimo do peito o trépido barulho da água transbordante

Longe do fragrante se despe no espetáculo de ondulações a amante...

Ao ver o rosto da mulher que ama na extensão de seu desejo

Vestida na outra de cútis jovial retocada com apuro

Mais casta sua fantasia voa como um pássaro de ânsia voando no escuro...

A outra é sempre a outra nas mesmas arapucas

No palco da vida só muda a cena obscena....

Mais as vezes o homem só é ele mesmo em ascensão plena

Quando ele revelou a si mesmo que o coração nada busca pra si

Além de seguir aquilo que ele nunca vai possuir